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Entrevista Indesejada

DANIEL LIMA - 26/09/2013

CapitalSocial acabou de enviar ao empresário Milton Bigucci, presidente do Clube dos Construtores e Incorporadores do Grande ABC, uma bateria de questões da seção “Entrevista Indesejada”. Esta é a quarta vez que CapitalSocial se dirige ao dirigente, embora duvide que o resultado será diferente das anteriores. Milton Bigucci continuará a fugir da prestação de contas à sociedade como dirigente de uma organização que, potencialmente, teria condições de contribuir imensamente à resolução de graves problemas da mobilidade urbana.

 

Entre as perguntas encaminhadas a Milton Bigucci, que concorre mais uma vez à presidência de uma entidade que há 20 anos não conhece outro mandachuva, está a sugestão de convidar representantes das unidades locais da Ordem dos Advogados do Brasil para acompanhar detalhadamente os insumos técnicos e metodológicos que resultam na divulgação de pesquisas sobre o movimento comercial do setor imobiliário na região.

 

É claro que Milton Bigucci não incluirá a medida no programa à reeleição pretendida, porque causaria o escancaramento público de uma ilusão, ou seja, de que não há material disponível minimamente confiável a dar sustentação aos números apresentados. Prevalece a manipulação espúria como matriz à especulação imobiliária.

 

Veja todas as indagações encaminhadas ao presidente do Clube dos Construtores e Incorporadores do Grande ABC. Milton Bigucci tem 15 dias de prazo para responder. Quem ousaria acreditar que, desta vez, mudará um roteiro de omissão?

 

CapitalSocial – Há informações que dão conta de que, apesar de estar há mais de duas décadas no comando do Clube dos Construtores e dos Incorporadores do Grande ABC, o senhor não pretende afastar-se do cargo, seja de forma direta ou indireta, eleito mais uma vez presidente ou não. Esta teria sido a condição que o senhor estaria impondo ao colégio eleitoral para afastar-se do cargo. O que o senhor contrapõe a isso?

 

Milton Bigucci –

 

CapitalSocial – Quem são seus eventuais aliados no Colégio eleitoral para manter-se na presidência da entidade?

 

Milton Bigucci --

 

CapitalSocial – Que tipo de argumentação o senhor teria para contrapor-se à ideia geral, de associados e, principalmente, não associados, de que o Clube dos Construtores e Incorporadores está muito aquém da importância econômica e social que representa?

 

Milton Bigucci –

 

CapitalSocial – Caso o senhor siga presidente do Clube dos Construtores e dos Incorporadores, pretende continuar a desfilar estatísticas que não condizem com a realidade do mercado imobiliário da região?

 

Milton Bigucci –

 

CapitalSocial – Por que em nome da transparência e da responsabilidade social o senhor não apresenta a um grupo nomeado por representantes da Ordem dos Advogados do Brasil na região tanto a planilha quanto os fundamentos das pesquisas que anunciam o movimento do mercado imobiliário na região, incluindo essa iniciativa em eventual programa de reeleição?

 

Milton Bigucci –

 

CapitalSocial – Uma das muitas razões para o descrédito da entidade presidida pelo senhor e que a levou ao esvaziamento institucional é a falta de transparência dos negócios de seu conglomerado de empresas. O caso Marco Zero é citado por várias fontes de CapitalSocial como a gota d’água que faltava para o descredenciamento do senhor como líder de classe. Como analisa esse quadro?

 

Milton Bigucci –

 

CapitalSocial -- Vários ex-associados do Clube dos Construtores e Incorporadores do Grande ABC afirmam que querem manter distância da entidade também porque o senhor é visto como representante de grandes empresas que mantêm relações incestuosas com os administradores públicos locais pensando exclusivamente em interesses particulares e que, como associação de classe, nada se objetiva para valer. Essa leitura é contestável?

 

Milton Bigucci --

 

CapitalSocial – Há queixas de omissão do Clube dos Construtores e Incorporadores por conta de obras anunciadas que feririam dispositivos de segurança do sistema viário, como o anúncio de novos hotéis e flats ao lado do Shopping Metrópole. Dizem que o senhor jamais tomaria posição contrária àquele investimento considerado obscuro do ponto de vista urbanístico porque as relações que mantém com a Administração Luiz Marinho são por demais comprometidas? É possível transmitir uma resposta que desestimule esse tipo de crítica?

 

Milton Bigucci –

 

CapitalSocial – Também há ex-associados que não entendem, mesmo considerando as relações intestinas do senhor com os administradores públicos, como é possível omitir-se ante a imperiosidade de definir novos rumos na ocupação e uso do solo tendo como premissa de compromisso estreito a qualidade de vida do sistema viário. Argumenta-se que a entidade da qual o senhor é presidente não tem feito absolutamente nada para sair do casulo do corporativismo grupal, que só vê os interesses de seu conglomerado de empresas e de parceiros de negócios.

 

Milton Bigucci –

 

CapitalSocial – Como o senhor observa a possibilidade de o Clube dos Construtores e Incorporadores do Grande ABC vir a desaparecer de vez como instituição, diante do impasse de não haver um grupo disposto a sucedê-lo de forma conflitante com as pretensões do senhor, ou seja, dando as cartas na própria sucessão, teatralizando uma operação supostamente de renovação mas, de fato, de cristalização do poder inócuo atual?

 

Milton Bigucci --

 

 



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