Regionalidade

Que tal Paulinho aprender
com o Clube das Polícias?

  DANIEL LIMA - 31/03/2022

O fracassado Clube dos Prefeitos do Grande ABC precisa aprender muito com o Clube das Polícias do Grande ABC. A diferença de atuação é alarmante. O prefeito dos prefeitos do Grande ABC, Paulinho Serra, poderia aprender com a experiência exitosa de terceiros.  

Dizer que Paulinho Serra precisa aprender com terceiros é uma sugestão pedagógica, mas a realidade é diferente.  

Para tanto, Paulinho Serra teria de aniquilar as bobagens que já fez, jogar no lixo o desprezo que já praticou e, finalmente, liquidar com as más companhias. A ordem dos fatores não altera o produto final.  

A Polícia Militar e a Polícia Civil não contam com uma associação formal como o Clube dos Prefeitos, mas atuam em sincronia.  

Afinal, de que adianta formalidade sem planejamento, sem operacionalidade, sem empenho?  

PROPAGANDA ENGANOSA  

Há mais de três anos sob a influência do prefeito de Santo André e seu entorno, o Clube dos Prefeitos aperfeiçoou processo de inutilidade. Retroalimenta erros acumulados desde dezembro de 1990, quando a instituição foi criada.  

Alguns períodos produtivos do Clube dos Prefeitos devem ser creditados à força de lideranças temporárias que o sistema de rodizio e de presidencialismo excludente destroçam.  Já o Clube das Polícias não tem hierarquia. Tem pragmatismo.  

O Clube dos Prefeitos é uma instituição em que tudo se permite como ferramenta de propaganda enganosa. Plantam-se manchetes para ludibriar a credulidade dos contribuintes.  

Já o Clube das Polícias, que nem existe sob os desígnios da legalidade, atua com compromissos sociais palpáveis. Tem gente competente e tem foco.  

EXEMPLOS PRÁTICOS  

Tanto é verdade que ainda outro dia escrevi aqui sobre dados estatísticos inéditos que destrincharam o comportamento de dois quesitos básicos da cesta de Segurança Pública de uma sociedade que se pretende civilizada: homicídios dolosos e roubo e furto de veículos.  

Mostrei o quanto foram rebaixados os casos dos dois indicadores neste século. Um extraordinário trabalho da Policia Civil e da Polícia Militar.  

Enquanto o Clube dos Prefeitos não entender o óbvio, vai continuar a comer poeira do Clube das Policias. E o óbvio é o Desenvolvimento Econômico.  

O monitoramento do PIB do Grande ABC e suas variáveis precisaria ganhar o formato do quadro metafórico de homicídios e de roubos e furtos de veículos, entre outros pontos, do balanço de criminalidade na região.  

Como fazem rotineiramente, numa missão previamente desenhada e aplicada, os comandantes do Clube das Polícias do Grande ABC se reúnem para acompanhar o movimento da criminalidade e, com isso, deliberarem com engenhosidade.  

O Clube das Polícia do Grande ABC não deixa o frango de uma nova modalidade ou de uma modalidade rediviva de criminalidade passar no vão das pernas do descuido operacional.  

O Clube dos Prefeitos do Grande ABC é um goleiro de contumazes frangos homéricos cuidadosamente surrupiados do conhecimento público. 

ENCONTROS SISTEMÁTICOS  

Nesta semana houve mais um encontro do Clube das Polícias. Reuniram-se o chefe do Comando de Policiamento de Área Metropolitana 6 (CPA/M-6) e os delegados de polícia de Santo André, São Bernardo e Diadema, que representam os sete municípios. Outros agentes do setor também se sentaram à mesa de avaliações, conclusões e deliberações.  

A cúpula da Policia Militar e da Polícia Civil na região não perde um lance da engrenagem de criminalidade. O sistema de informação e os dados estatísticos são monitorados permanentemente. Nada escapa.  

A criminalidade alarmante no início do século não desabou por acaso. Foram medidas estudadas e executadas com o compromisso de atender à sociedade. Ou alguém entende que é fácil derrubar em mais de 80% os casos de roubos e furtos de veículos. Ou algo semelhante em mortes matadas? 

IMAGINEM, IMAGINEM  

Já imaginaram se o Clube dos Prefeitos contasse com algo análogo ao Clube das Polícias? No pior dos cenários, no mínimo saberíamos por que empresas vão embora, porque empresas são desativadas, por que empresas não investem, por que determinada área perdeu tantos empreendimentos. Coisas assim.  

Já imaginaram prefeitos e secretários de Desenvolvimento Econômico à mesa para debater indicadores de comportamento da economia regional a cada determinado período?  

Já imaginaram o Clube dos Prefeitos como anfitrião de encontros técnicos com representantes do setor automotivo, do setor químico, do setor petroquímico, enfim, dos setores mais representativos da indústria, e buscarem soluções em conjunto? 

Seria ótimo se o Clube dos Prefeitos formal se inspirasse no Clube das Polícias informal.  

LUVA DE PELICA   

Saibam todos e dou fé que teríamos amplo caminho em direção a resoluções, a contenções, a previsões, a iniciativas que fariam a diferença ao longo dos anos, independentemente de quem estivesse em cada Paço Municipal.  

O exemplo de cooperação do Clube das Polícias é um tapa de luva de pelica em todos aqueles (principalmente da mídia chapa-branca) que idolatram falsas lideranças.  

O Clube dos Prefeitos tem um histórico de insucessos e omissões porque conta com o aval de vassalagem interesseira de parte da mídia. 

Tanto é verdade que os dados estatísticos do Coronavírus estão longe de apresentar qualquer coisa que remeta a modelo a ser copiado, até porque as condições da região não são nada favoráveis. Ainda se lê gente escrevendo que o Grande ABC apresenta resultados exemplares. Uma barbaridade de mentira.   

O Clube dos Prefeitos, sob o comando de Paulinho Serra, prefeito dos prefeitos, é um fracasso particular, exclusivo, notório, no combate ao vírus.  

PROVA REPROVADORA  

O prefeito de Santo André foi colocado à prova, a uma dura prova é verdade, e não deu respostas adequadas porque, entre outras razões, meteu-se em uma briga inglória com a direção da Fundação do ABC, da qual tentou se apropriar tendo em vista a caixa-preta da Central de Compras.  

O Clube dos Prefeitos chefiado por Paulinho Serra seguiu padrão burocrático que possibilitou, entre outros contratempos, rivalização estatística de óbitos com o distrito do Sapopemba, na vizinha Capital.  

Esse é um exemplo emblemático do fracasso na condução regional da pandemia, o que afetou os números gerais.  

Num caso específico como o do Coronavírus, as medidas deveriam ser semelhantes às apresentadas pelo Clube das Polícias, com uma força-tarefa regional para acompanhar atentamente o movimento das pedras e deliberar ações sem perda de tempo.  

DERROTA NA FUNDAÇÃO  

Homicídios e crimes sobrerrodas, entre outros indicadores, deveriam ganhar o formato de combate incessante ao vírus. Com ciência, pragmatismo, cooperação.  

A Fundação do ABC (Clube da Saúde Pública do Grande ABC) e a Faculdade de Medicina do ABC poderiam ser a base de recursos humanos especializados e aproximados às operações.  

Paulinho Serra preferiu brigar (e perder feio) pela extração de recursos da Central de Compras, campo de batalha de uma organização de orçamento milionário.  

O Ministério Público de Fundações teve de entrar em campo para barrar do baile a indicação sem lastro de Paulinho Serra.  

Mais que tudo isso: Paulinho Serra aperfeiçoou o modelo de desperdício de talentos e tempo do Clube dos Prefeitos ao nomear como secretários-executivos estranhos ao ninho da realidade regional, gente privilegiada por conta da cogestão da Prefeitura de Santo André com o grupo de Gilberto Kassab, ex-prefeito da Capital, entre tantos cargos.  

MERITOCRACIA NO LIXO  

Fez-se, portanto, do Clube dos Prefeitos, algo mais que pecaminoso para a sociedade, porque os resultados dessa gente estranha sem competência para entender a gravidade econômica da região são medidos milimetricamente. 

Eles não fazem a diferença para o bem e acentuam os prejuízos institucionais e econômicos.  

São uma agressão a qualquer mecanismo objetivo ou mesmo subjetivo contido no verbete “meritocracia”. É a esculhambação institucional. 

Para se ter ideia do que significa na prática o estupro diretivo do Clube dos Prefeitos ao absorver estranhos sem ramificações e conhecimentos locais, basta imaginar o Clube das Polícias liderado por gente sem qualquer intimidade com as especificidades do crime na região. 

Paulinho Serra precisa aprender com o Clube das Polícias -- entre outras razões -- porque o Clube das Polícias sabe distinguir com mais destreza quem é bandido e quem é mocinho na sociedade.

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