Economia

Combate à desindustrialização
exige decisões do gestor público

  DANIEL LIMA - 01/04/2022

Duvido que o leitor conheça todas as faces da desindustrialização. E esse desconhecimento não pode ser desclassificatório. Até porque não faltam especialistas que confundem as coisas e trocam surtos de crescimento sazonal por crescimento estrutural.  

A revista impressa LivreMercado, antecessora de CapitalSocial (e lá se vão 32 anos de circulação) encontrou muitas barreiras para virar o que virou (o melhor produto editorial regional já produzido no País) entre outras razões porque se especializou em economia, matéria para a qual foi concebida e, em seguida, base do alargamento da proposta que enlaçou inclusive Nossas Madres Terezas, quase uma centena de mulheres que cuidavam dos excluídos nas periferias da região. 

LivreMercado/CapitalSocial introduziu no léxico econômico e social do Grande ABC, para não dizer também nos cromossomos culturais, o verbete “desindustrialização”.  

HEREGES RESISTENTES  

Se ainda hoje há hereges políticos e empresariais comprometidos com imprecisões e que não largam o osso do ufanismo, imaginem lá atrás, há mais de três décadas, o risco de enfrentar gente disposta a tudo para evitar que se pronunciasse, quanto mais se escrevesse “desindustrialização” como recomendação a medidas reativas e de planejamento.  

O tempo passou, os problemas de empobrecimento do Grande ABC se agravaram na correnteza da fugidia produção industrial, mas nadinha da silva levou prefeitos que se sucederam nos Paços Municipais a meterem a mão na massa e combater essa chaga. 

Há apenas uma exceção na praça, a primeira depois de três décadas, que, sem dúvida, lança-se no combate à desindustrialização.  

LOGÍSTICA EM CAMPO  

Exatamente na Capital Econômica do Grande ABC o prefeito Orlando Morando aperfeiçoa política pública de obras em infraestrutura com evidentes marcas de competitividade econômica.  

Agora se anuncia mais uma grande obra completar, que tornará menos árdua a luta dos empreendedores do Bairro Cooperativa e entorno à logística rumo à Imigrantes e Anchieta. E também no sentido inverso, de suprimentos das plantas produtivas daquela área.  

Tenho minhas restrições à falta de um arcabouço técnico-especializado na Secretaria de Desenvolvimento Econômico de São Bernardo, mas há um contraponto que também precisaria ser mensurado: de que adiantariam técnicos se não houvesse disposição política do prefeito para fazer as coisas acontecerem? 

Orlando Morando está se consumando e se consagrando um Celso Daniel da infraestrutura pública voltada ao Desenvolvimento Econômico.  

As obras vitais a dar potencialidade a uma São Bernardo tão tangida pelas agruras do mercado automotivo já se consolidaram ou estão em fase de execução.  

NOVO CELSO DANIEL 

É certo que Orlando Morando ao deixar a Prefeitura de São Bernardo deverá ser visto sem rodeios e sem exagero como o Celso Daniel do Grande ABC destas primeiras duas décadas do século.  

Morando está para o potencial de competitividade recuperada de São Bernardo assim como Celso Daniel deve ser referenciado como o grande agente público da institucionalidade regional, depois de criar o Clube dos Prefeitos, a Agência de Desenvolvimento Econômico e a Câmara Regional de Desenvolvimento Econômicos, instâncias que desapareceram com os sucessores ou fingem que ainda existem.  

Desindustrialização é um tema tão sensível ao orgulho regional, sobretudo porque implica também em cutucar determinadas posições nas disputas entre capital e trabalho, que, vejam só que barbaridade, é colocado longe inclusive do banco de reservas de debates.  

DEBAIXO DOS TAPETES  

Qualquer coisa que lembre desindustrialização a ser avaliada cheira mal para quem tem culpa no cartório. E todas as instâncias corporativas do Grande ABC têm culpa no cartório de desindustrialização. 

Têm sim culpa no cartório porque, repito, fugiram do enfrentamento que os primeiros sinais de trepidação na geração de riqueza da indústria de transformação exigiam.  

Jogou-se debaixo de tapetes uma emergência de abordagem obrigatória e, em seguida, uma causa perdida. Orlando Morando sinaliza em direção oposta, ou seja, de combate ao mal supremo que impactou o Grande ABC nas últimas três décadas.  

Pretendo voltar mais vezes e de maneira mais frequente a essa tema que integra o próprio DNA de mais de três décadas de LivreMercado/CapitalSocial.  

PASSADO CANTADO 

É claro que não temos expectativa de que voltaremos ao que fomos porque o que fomos não seremos jamais mas o que não podemos continuar a ser é no que nos tornamos sem um mínimo de reação.  

Para completar, e voltando aos tempos de LivreMercado, reproduzo parte de um texto de uma análise que fiz ao dissecar o edifício conceitual de desindustrialização.  

O texto foi publicado há exatamente 20 anos, fim de março de 2002. Era um recado aos pecadores que pretendiam cortar minha cabeça. Como alguns pretendem até hoje diante de contrariedades analíticas sobre outros temários. Faz parte do jogo.  

Leiam os principais trechos sob o título “Armadilhas da desindustrialização”: 

Armadilhas da desindustrialização 

 DANIEL LIMA - 27/03/2002 

Atenção burocratas e tecnocratas de plantão: sabem o que significa desindustrialização? Repetimos a pergunta: sabem o que é desindustrialização? Quem acha que a resposta parece óbvia, porque o Grande ABC é um painel explícito de desindustrialização, pode ser surpreendido com a elasticidade do conceito. Desindustrialização não é um bicho de cromossomos definidos e decifrados, desses que não deixam a menor margem para dúvidas. Desindustrialização é um animal perigoso e metabolicamente mutável. Leva a conjecturas nem sempre corretas. Permite subjetividades que satisfazem interesses nem sempre identificados e muito menos nobres. 

Burocratas e tecnocratas devem adorar a simplificação do verbete. Assim fica mais fácil tentar manipular a opinião pública que insiste em lhes negar credibilidade à fantasia de que, por exemplo, o Grande ABC não passou e ainda não passa por duros golpes de desindustrialização. No caso específico dessa região de sete municípios, não há a menor sombra de dúvida sobre a hecatombe provocada pela desindustrialização no sentido mais estreito do termo — a fuga perversamente volumosa associada com o desaparecimento de muitas indústrias batidas pela imprevidência administrativa, pela ausência de política industrial, pela asfixia concorrencial e por tantas outras pestes que atacam o mundo corporativo nestes tempos de fronteiras liberadas. 

Está certo que o crescimento do Interior do Estado e as estatísticas de obituários empresariais registram fundas perdas no Grande ABC dos últimos 25 anos, mas nem assim deixam de existir os prestidigitadores de números. Eles são poucos, alguns apenas dão a cara para bater e se prestam ao papel de bobo da corte, mas existem e isso é o que deve ser levado em conta. 

Para decifrar algumas faces da desindustrialização, o melhor é estabelecer conceitos dinâmicos, fluentes, prontos para acabar definitivamente com o disse-que-disse semântico sob medida para argumentos esfarrapados dos tecnocratas e burocratas. Eis algumas das modalidades mais visíveis — mas não tão visíveis assim — de desindustrialização. 

DESINDUSTRIALIZAÇÃO IMPLÍCITA 

Ocorre quando não há a menor possibilidade de contestação. O saldo numérico entre mortos pela evasão ou pela falência é incontestavelmente maior que a soma de eventuais novas unidades industriais que se implantaram. Nesse caso, basta máquina de calcular, fontes respeitáveis de informações sobre o universo de indústrias e fazer a comparação: se havia um grupo de 100 empresas num determinado período e agora só são 50, está na cara que houve desindustrialização.  

Convém, apenas para se certificar, dar uma pesquisada no número de empregos que se foram para o ralo e também no Valor Adicionado, que é o acúmulo dos valores que geraram a transformação industrial, as transações comerciais, de serviços, salários e impostos recolhidos. Se tudo isso estiver sincronizado, não há como correr o menor risco de que se vive um quadro de desindustrialização explícita.  

Mas é bom se preparar porque há mistificadores de tal ordem de plantão que mesmo com o universo de indústria reduzido, com a massa de salários contraída e com o Valor Adicionado desfiladeiro abaixo, eles sempre vão encontrar uma maneira de enrolar. E sempre haverá alguém igualmente de plantão para dar guarida aos malabarismos numéricos. Até porque, fertilidade imaginativa e seletividade estatística não faltam a esses propagadores de otimismo irresponsável. 

Basta escolher um período frágil aqui, comparar com um período forte ali, porque a ciclotímica economia brasileira é um convite a esses detalhismos, e, pronto, está feita a alquimia. Nem todos estão preparados para desmascarar essa obra de engenharia da malandragem estatística. Aliás, a maioria se omite nesses casos. Prevalece o silêncio reprovador que, exatamente por não provocar nenhum barulho, fermenta a impressão de que há concordância com os malabarismos numéricos. 

O antídoto complementar contra tudo isso é um gráfico histórico que contemple períodos mais breves para efeito de comparação e que leve em conta também um coquetel de fatores, entre os quais dados comparativos com outros municípios e regiões não só do mesmo Estado, mas de toda a Federação. Além disso, não custa nada dar uma rastreada nesses ciclos estudados e observar o comportamento da economia nacional e suas especificidades setoriais e regionais. 

No caso do Grande ABC, por exemplo, é impressionante a simetria entre os espasmos de alta do comportamento do Valor Adicionado e o ritmo de crescimento da indústria automotiva. Nada mais lógico, porque o Grande ABC é movido a veículos. Muito menos nos últimos cinco anos do que antes, quando o mercado era fechado, mas ainda sofre ou comemora com o desempenho das grandes montadoras e a cadeia de autopeças. 

DESINDUSTRIALIZAÇÃO DISSIMULADA 

Ocorre quando o número de empresas é maior na comparação com período específico anterior. Convém, nesses casos, prestar atenção nos indicadores sociais que evidenciem perdas de empregos, rebaixamento da qualidade de vida, precarização do mercado de trabalho, queda acentuada dos preços dos imóveis, jovens sem ilusões quanto à empregabilidade, montanha de desempregados em frente às raras placas de recrutamento de profissionais, criminalidade em cada esquina. 

Como explicar a desindustrialização dissimulada, além de confrontar o universo de unidades com as questões sociais, se a contabilidade garante que as 100 empresas anteriores agora são 150? Simples. Dê uma espiada atrevida nos balanços confiáveis do número de empregos gerados pelas indústrias nos dois períodos. Perscrute a média de funcionários de cada empresa antes e depois dos fatos. Dê uma medida, se possível, na massa de salários de antes e de agora. Os estudos do Ministério do Trabalho sobre mão-de-obra com carteira assinada são um indicador respeitável, mesmo sem ter o voto de minerva nos debates. 

Há outros indicadores também interessantes, mas esses já bastam. Vai-se descobrir que, embora com 50% a mais de unidades industriais, o resultado é de desindustrialização dissimulada porque foram embora ou sumiram do mapa empresas de grande e também de médio porte. Muitas das que ficaram e que fizeram de tudo para se salvar, reduziram drasticamente os quadros de trabalhadores. Muitos foram para a rua da amargura, outros foram terceirizados em atividades sem grande influência no rumo dos negócios. Dos desempregados, muitos viraram pequenos empresários de fundo de quintal. Ferramenteiros, carpinteiros, encanadores e pintores que, como tantos outros, trataram de tentar sobreviver. Eles engrossam os números absolutos das estatísticas. 

Um exemplo: a Rhodia Química de Santo André, que nos tempos áureos já teve mais de cinco mil colaboradores, hoje não soma mais de 350. O que ocorreu com o excedente? Eles viraram consultores, pequenos comerciantes, pequenos industriais, subempregados e desempregados. A Rhodia Química continua registrada como uma unidade industrial. Os desempregados que viraram empreendedores multiplicaram o número de unidades produtivas. Para deleite dos estatísticos que se lambuzam histericamente de algarismos sem alma. Eles só não enxergam que 19 galpões industriais da empresa foram substituídos pelo verde de canteiros simplesmente porque tornaram-se inúteis e também porque a medida reduziu a carga do IPTU (Imposto sobre Propriedade Territorial e Urbana). 

Perceberam como é o jogo da contabilidade industrial? Mais empresas não significam necessariamente que tenha havido industrialização. Em vários casos — sobretudo no Grande ABC — mais unidades industriais significaram dramaticamente o reflexo da desindustrialização dissimulada. 

DESINDUSTRIALIZAÇÃO NEGADA  

Cuidado porque essa face da desindustrialização é muito mais provável de ocorrer do que se possa imaginar. Um exemplo vai deixar de cabelo em pé muitos pesquisadores que se enfiam em sacos de gatos de números: uma determinada localidade que reunia 100 indústrias gerava 10 mil empregos e transformava os produtos em equivalente a R$ 100 milhões por ano, para efeitos de Valor Adicionado. Cinco anos depois essa mesma localidade somava 50 indústrias, cinco mil trabalhadores e R$ 150 milhões de Valor Adicionado. 

Burocratas e tecnocratas de plantão vão negar que tenha havido desindustrialização. Sabem por que? Porque eles são alucinados por números e têm horror ao chão de terra batida que os levaria à periferia dos excluídos. Só vêm números. Tanto que jamais se preocuparão, paradoxal e estrategicamente, com o fato de o número de emprego ter caído à metade por causa também da redução do universo de empresas à metade. O que lhes interessa é o montante de Valor Adicionado. Se aumentou 50%, desindustrialização é coisa de fariseu. Pode um negócio desses? 

Pode e é assim. Quando se coloca o Valor Adicionado acima de todas as preces e conhecimentos numa análise geoeconômica, corre-se o risco de cair no ridículo. A análise desse indicador de produção de riqueza não pode ser descontextualizada do território em que se encontra. O exemplo da redução de 50% do número de empregos e de empresas é sintomático disso e longe está de converter-se em projeção catastrófica e muito menos inviável. 

Pegue um exemplo regional, no caso Mauá fortemente influenciada pelo setor químico/petroquímico. Metade das receitas municipais de Mauá depende praticamente da devolução do ICMS gerado pela indústria química/petroquímica altamente seletiva em empregos e farta em geração de receita fiscal. Quanto Mauá teria perdido de emprego, de massa salarial, com o enxugamento do Polo Petroquímico de Capuava? Quantas pequenas indústrias do setor químico/petroquímico de Mauá desapareceram nos últimos anos? A desindustrialização de Mauá, expressa no Valor Adicionado, pode ter sido maior do que os números revelam porque os grandes players do setor continuam vivas, fortes, tecnologicamente avançadas. E gerando muito mais impostos como consequência de aumento da produtividade e da própria produção, em colisão explícita com as pequenas indústrias que saíram sem fazer barulho. 

De todas as facetas da desindustrialização, a desindustrialização negada é a mais maquiavélica. Se deixarem nas mãos dos tecnocratas e burocratas com interesses em dourar a pílula, é iminente o risco de desmobilização da sociedade que eventualmente venha a mexer-se para reagir. Mesmo no caso do Grande ABC, onde a desindustrialização explícita é uma realidade, sempre aparece alguém para tentar enganar a plateia. 

Para sacramentar de vez a ilusão destilada pela desindustrialização negada, convém estar atento às possibilidades de mascaramento da situação de Valor Adicionado em alta, massa salarial e universo de indústrias em baixa. O volume de Valor Adicionado obstrui a análise dos pesquisadores rasos porque oferece o suporte do crescimento real na cadeia de produção. Se o crescimento é incontestável, já que eram R$ 100 milhões e passou para R$ 150 milhões, como identificar o fenômeno como desindustrialização negada? Simples: primeiro, como já foi dito, porque deitou e rolou no contingente de empregados e na quantidade de empresas; segundo, porque a produtividade fez a diferença. Como assim? Simples: se as antigas e obsoletas 100 indústrias anteriores produziam R$ 100 milhões de Valor Adicionado com 10 mil trabalhadores, as 50 empresas modernas que sobraram com cinco mil funcionários produzem 50% mais. Notaram que tecnologia, que gestão, que processos, são mecanismos diferenciadores para o bem e para o mal no setor industrial? 

Perceberam também que quando os jornais propagandeiam milhões de investimentos numa determinada localidade, a decisão mais ajuizada a ser tomada, antes de acreditar que Papai Noel está chegando, é verificar o perfil de utilização desses recursos? O Grande ABC feito sobre rodas das montadoras e das autopeças recebeu prevalecentemente ao longo dos últimos sete anos milhões de dólares para atualização tecnológica, preparação de mão-de-obra deficiente e viciada, melhoria de gestão e de processos. 

O Grande ABC envelhecido está ainda dando lugar ao Grande ABC renovado. Isso custou 143 mil empregos industriais nos últimos 15 anos e a contabilidade ainda não se encerrou quando se descobre, por exemplo, que há autopeças a léguas de distância do quadro de competitividade internacional. Diferentemente do Grande ABC, a maioria dos investimentos anunciados para o Interior pela mídia, e que acabam alimentando as empresas e instituições especializadas em medir os novos valores produtivos, transforma-se em geradores de empregos. Muito menos empregos do que nos tempos de manufatura preponderantemente humana. Agora os tempos são de robótica, informática, telemática, microeletrônica. Há seletividade e diminuição impressionante de empregos. 

A ironia desse contexto de transformações é que no caso em que os empregos com carteira assinada e todos os benefícios de grandes e médias empresas desaparecem por causa da absorção de novas tecnologias, a quantidade de órfãos da nova ordem é imensa. Já nas empresas recém-chegadas, que demandaram intensos estudos para associar recursos aplicados e recursos remunerados pela ótica da globalização, os empregos são quantitativamente reduzidos. 

Por isso mesmo, convém prestar atenção redobrada nesse jogo de multiplicidade de interpretação da desindustrialização e da própria industrialização. Se desindustrializar sinaliza a criação de armadilhas semânticas para tentar justificar o injustificável, industrializar também deve ser visto com reservas. Nem tudo o que reluz é ouro no mundo econômico sem limites territoriais. 

O melhor, portanto, é ficar atentíssimo e não cair no conto dos investimentos milionários como sinal de enriquecimento. Se é bom que uma indústria se modernize, porque continuará no jogo cada vez mais complicado da mundialização da produção, por outro lado se instaura concorrência absolutamente desigual porque demarca a diferença entre os custos de produção e de rentabilidade de uma empresa capitalizada, enxuta, moderna e bem gerenciada, diante de uma empresa endividada, rechonchuda, obsoleta e lenta. 

No Grande ABC, vítima preferencial da globalização porque sedia a indústria mais competitiva do planeta — o setor automotivo –, esse enredo foi e continua sendo duríssima prova de obstáculos que já eliminou ou fez correr da raia centenas de competidores. O Grande ABC vive o pior dos mundos porque reúne todos os tipos de desindustrialização — a explícita, a negada e a dissimulada. Isso consolida um quarto tipo de desindustrialização, efetivamente irrebatível — a desindustrialização escancarada. Basta não ter medo de realçá-la para que a sociedade, enfim, comece a reagir. 

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