Sociedade

Uma vez Borralheira,
sempre Borralheira (5)

  DANIEL LIMA - 18/05/2022

ESTADO DE SÃO PAULO – Permita, caro anfitrião Grande ABC, tomar a palavra nessa volta do banheiro? Queria insistir na questão que me deixou encafifado enquanto tirava água do joelho. Não estou convencido de que vocês não têm o que todo mundo imagina que têm, ou seja, espírito revolucionário, de antagonismos. Até que ponto é possível acreditar nisso se aqui é o berço do chamado Novo Sindicalismo? 

DIADEMA – Se dependesse apenas de mim, creia Estado de São Paulo, o Grande ABC seria outro. Completamente diferente. E de acordo com a imagem externa.  

SÃO BERNARDO – Pare de papo furado, Diadema. Você é minha vizinha, nasceu de minhas costelas emancipacionistas, tem pretensos cromossomos semelhantes aos meus e sabe muito bem que uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.  

DIADEMA – Como assim, querida irmãzinha? 

SÃO BERNARDO – Irmãzinha coisa nenhuma. Somos parentes, mas não temos as mesmas digitais genealógicas. Você nasceu de uma relação incestuosa, de circunstâncias políticas e institucionais, mas ficou com minhas rebarbas. Tenho muito mais pedigree, como todo original. 

SÃO CAETANO – Peraí, peraí, que está mexendo comigo. Saí de Santo André, mas sou bem melhor que Santo André. Os dados em geral provam. 

SANTO ANDRÉ – Não estou com muita paciência para um embate econômico e social neste momento.  

GRANDE ABC – Vamos acabar com essa fermentação à discórdia, seus borralheiras. Estamos aqui num esforço fabuloso para tentar colocar ordem na bagunça da regionalidade, que é uma ficção, e agora sou obrigado a ouvir retaliações de vizinhos autodestrutivos. Sim, autodestrutivos, porque os ataques mútuos levam a isso. Nossa autoestima já está ao rés do chão e vocês ainda têm a coragem de se agredirem?  

SÃO CAETANO – Parabéns, Grande ABC. Essa conversa não me interessa muito porque estou alguns patamares acima. Sou fruto do Primeiro Mundo, não de fluxo migratório com uma miscelânea de déficits cognitivos de deserdados sociais de todas as partes do Brasil. 

DIADEMA – Está falando de mim, São Caetano? 

GRANDE ABC --  Chega, chega e chega. Já vi que a situação toda pode ficar fora de controle. Já vem São Caetano com racismo explícito. Não é assim que funciona. Não é porque você veio de fora, da Espanha, da Romênia, da Itália, de todo quanto é lugar do Primeiro Mundo que estava em chamas, que é melhor que Diadema, que veio de Minas Gerais, do Nordeste, do Interior do Estado de São Paulo em busca de mobilidade social.  

RIO GRANDE DA SERRA – Acho que sou uma Diadema miniaturizada, mas, por favor, não levem isso em conta. Basta que sou pequenininha e mal posso me defender. 

SANTO ANDRÉ – São Caetano nasceu de mim e se desgarrou de mim em muitas qualificadoras porque ficou do mesmo tamanho ao longo dos anos. Sou obrigado a reconhecer que tenho porções sociais de Diadema no meu território, por isso entendo que São Caetano exagerou. Somos todos iguais. A naturalidade de berço não pode ser colocada de forma tão discriminatória. 

SÃO BERNARDO – Reconheço que tenho mais genealogia de Diadema do que Santo André, porque a vizinhança e a chegada da indústria em meu território se deram no período de Brasil Grande, de caudalosos fluxos migratórios, mas sugiro que a gente fuja dessa disputa que não leva a nada. Vamos voltar ao que interessa.  

MAUÁ – Nada mais ajuizado, São Bernardo, nada mais ajuizado. Até porque ao mexerem com Diadema, mexem comigo também. Somos parecidíssimas, embora a gente não goste de dizer isso. Acho que sou melhor que Diadema, claro. 

SÃO CAETANO – Vocês deturparam o que eu disse, mas não tem importância. Não vou esticar essa conversa porque estamos vivendo tempos complexos. Daqui a pouco vão querer me criminalizar. 

GRANDE ABC – Está vendo, Estado de São Paulo? Quando disse que não temos as características latentes de uma região combativa no sentido político da questão, aquele sentido que faz a diferença no conjunto da obra, não preciso acrescentar mais nada. O divisionismo interno, dessa arrogância municipalista, essa questão de determinado Município se achar melhor que o outro, essa concorrência predatória, tudo isso impede que a regionalidade potencial que poderia fazer a diferença seja exercida. Somos uma Terra de Ninguém que vende a falsa imagem de Terra de Combate. 

CIDADE DE SÃO PAULO – Vou ser sincero com vocês, meus queridos anões de estimação. Quem inventou esse negócio de emancipação político-administrativa acabou cometendo terrível bobagem. Dividir o que era único significou, pelo que estou ouvindo, uma disputa fratricida. Vocês não se entendem como território geoeconômico que são na prática. Por isso, compreendo a sinceridade do Grande ABC em dizer que vocês são objetos de apressadas conclusões sociológicas de gente que não conhece a prática doméstica. 

GRANDE ABC – É isso mesmo, cara Cidade de São Paulo. Mas esse não é nosso único problema. O divisionismo municipalista da pior espécie possível, porque retaliatório, ganha condimento nocivamente doentio na medida em que acreditamos na mentira que nos plantaram, ou seja, de que temos grau superior de politização, de engajamento social. Na verdade, somos uma região morta como síntese de cidadania. E tudo indica que o peso que carregamos do passado está sendo ainda mais impactado no presente das redes sociais.  

ESTADO DE SÃO PAULO – Como assim? 

GRANDE ABC – Vou falar sobre isso mais adiante. O que quero reforçar agora como prova provada de que somos uma colcha de retalhos em forma de espantalho sociológico é que a divisão que se estabeleceu entre capital e trabalho ao longo de décadas, a partir do movimento sindical, ainda está imantada na sociedade. Tem gente oportunista que vai negar, mas o conflito existe, ou subsiste. Já foi maior, mas está em todos.  

CIDADE DE SÃO PAULO – Como se explica o arrefecimento, então? 

GRANDE ABC – São dois movimentos de transformações econômicas. Durante décadas os trabalhadores industriais foram doutrinados pelo sindicalismo de esquerda. Ganhamos uma musculatura social diferenciada, de gente ligada ao liberalismo capitalista e gente nova, relacionada ao trabalhismo socialista. É importante lembrar que por volta dos anos 1970, até meados dos anos 1990, o emprego industrial dominava as carteiras assinadas na região. Depois, tudo mudou.  

MAUÁ – Estou gostando do diagnóstico. 

RIBEIRÃO PIRES – Eu também. 

SANTO ANDRÉ – O bom do nosso ombudsman Grande ABC, que está na cabeceira da mesa,  é que não faz pose, não dá de intelectual, de acadêmico. Já imaginaram se o Grande ABC fosse egresso de alguma universidade? A gente iria ser enrolado o tempo todo. Esses estudiosos gostam de pentear o macaco da sabedoria e esquecem do didatismo. 

SÃO CAETANO – Não fale assim, Santo André. Você sabe que tenho até uma universidade municipal. Dá a impressão que está me atacando. 

SANTO ANDRÉ – Você meu vizinho querido sabe muito bem que a escola que defende faz um bom trabalho no campo da regionalidade, em forma de estudos, mas tem paixão enorme pela esquerda e evita até mesmo falar em desindustrialização. Quem não trata de desindustrialização comete pecado capital. 

GRANDE ABC – De novo, de novo estamos saindo dos trilhos do que interessa no momento. E o que interessa no momento é mostrar as razões que nos tornaram uma região pobre em engajamento social. Tem gente que nos trata com tanto triunfalismo idiota que até inventaram uma expressão que é a prova provada do descalabro analítico. Sabem qual? Sociedade Civil Organizada. Isso é uma piada. 

ESTADO DE SÃO PAULO – Verdade mesmo? 

GRANDE ABC – Uma piadíssima, caro Estado. Mas, não vamos falar disso agora. Volto ao que estava dizendo, de liberalismo capitalista e de trabalhismo socialista. Até parece que são expressões redundantes, mas as identifico e as reforço para deixar a coisa bem assentada. Somente os lúcidos e quem sofreu na prática as dores dessa divisão sabe o quanto representou de prejuízo para o conjunto da sociedade. Nossa desindustrialização não foi obra apenas de políticas erráticas do Estado, mas também fruto de conflitos internos.  

ESTADO DE SÃO PAULO – E qual foi o momento em que mais se acentuou a quebra dessa bifurcação? Ou seja: quando se deu o ponto inicial de uma redução dos conflitos sociais que ainda permeiam a sociedade do Grande ABC? 

GRANDE ABC – Na medida em que houve uma enxurrada de demissões nas fábricas, muito disso derivado de transferências de plantas a outros endereços do Estado e mesmo fora do Estado, além de encerramento de atividades, principalmente de pequenas unidades, os trabalhadores que carregavam dísticos corporativos no peito tiveram de ir à luta e exercitar ações pessoais no campo do empreendedorismo. Deixou de ser um outdoor corporativo para ser uma placa individual. 

DIADEMA – Traduza isso, Grande ABC. 

GRANDE ABC – Ir à luta você sabe o que é, Diadema, porque parcelas relevantes de seus trabalhadores tiveram de seguir o manual de sobrevivência além das fábricas. Viraram empreendedores de pequeno porte, microempreendedores, empreendedores informais, ou seja, tiveram de virar capitalistas. Já imaginaram, vocês todos, o que é estar um dia reivindicando melhorias salariais e de uma rede de benefícios que as empresas eram forçadas a dar porque o sindicato exigia, e no outro dia estar desempregado e ter de se virar para buscar o próprio sustento? 

DIADEMA – Sei muito bem o que é isso. 

MAUÁ – Eu também. 

SANTO ANDRÉ – Imaginem eu, então. Já fui o Viveiro Industrial destas terras tão promissoras. Hoje vivo mais da Petroquímica e das poucas grandes indústrias que sobraram. Já tive mais de 70% dos empregados com carteira assinada nas fábricas. Hoje não passo de 11%.  

RIBEIRÃO PIRES – Também não escapei dessa catástrofe. E das mutações comentadas pelo Grande ABC. 

RIO GRANDE DA SERRA – Sou pequenininha, mas sofri um bocado também com as transformações.  

SÃO CAETANO – Tentei dar um drible na vaca quando percebi que o setor industrial já não era mais meu futuro. Meti bronca na guerra fiscal de serviços. Imitei Barueri, trouxe empresas de papel, mas no final das contas perco condição de empregabilidade a cada nova temporada. Meus empregos em larga escala são de papel, de gente que não mora nem trabalha aqui. Por isso minha população economicamente ativa é cada vez mais flutuante, de casa para São Paulo, ou cidades da região.  

GRANDE ABC – Continuando, continuando, devo dizer que a cada nova temporada mais gente de minhas terras desloca-se das fábricas em direção aos setores de comércio e serviços. Não temos mais que 22% de trabalhadores com carteira assinada no setor industrial. Ou seja: de cada 100 empregos formais, quase 80 são de outras atividades.  

ESTADO DE SÃO PAULO – Então está explicado por que o Grande ABC deixou de ter uma falange trabalhista ativa e passou a ter um perfil menos aguerrido? 

GRANDE ABC – Exatamente. Mas sempre com a ressalva de que a combatividade do passado, essa imagem furada de que éramos um território de engajamento político diferenciado no País, tudo isso não passou mesmo de balela. O sindicalismo, repito, estava voltado às suas próprias entranhas corporativas. A pauta dos metalúrgicos e de outras categorias era desígnio específico deles, não da sociedade como um todo. Nunca houve e provavelmente jamais haveria uma conciliação em que os interesses das duas metades da laranja se cruzariam.  

SÃO CAETANO – Aqui o sindicato nunca teve muita força mesmo, até porque somente a General Motoros, nossa galinha dos ovos de ouro, reunia o que chamaria de incandescência trabalhista. Além disso, como já disse, minha população não aceita radicalismo. Somos mais capitalista que socialista. Estamos na vanguarda do Grande ABC. 

DIADEMA – Na sua opinião, São Caetano, porque vanguarda sou eu, socialista o suficiente para imperar nas urnas a vontade da maioria da população trabalhadora. 

GRANDE ABC – Não, mil vezes não. Vamos parar com isso? Deixem que eu fale mais sobre o que é ser trabalhador com carteira assinada num dia e empreendedor no outro. Poucos prestaram atenção nisso. E também num outro ponto que marca as mudanças sociológicas na região: o envelhecimento da população. Cada vez mais somos uma terra de amadurecimento ditado pela biologia e a experiência. O Brasil inteiro envelhece, mas nós aqui, envelhecemos mais. A proporção de pessoas com mais de 50 anos é maior aqui que na média do Brasil. Essa gente tem a dor da vida vivida como ferramenta de aprendizado. 

SÃO CAETANO – Muito bem lembrado, Grande ABC, muito bem lembrado. Sou a prova mais viva disso. E espero que não façam trocadilho dizendo que também sou a prova com pé na cova. O envelhecimento médio da população tem aspectos positivos no comportamento social. Provavelmente seja a cidade de proporção mais elevada de idosos no Brasil. Tenho níveis europeus, de onde, aliás, a maioria da população veio. A gente tem uma cultura instalada que sofreu pouco assédio de modernidades e hostilidades. Não admitimos muita gente nos nossos 15 quilômetros quadrados de território.  

DIADEMA – Isso se chama gentrificação, gentrificação. Ou seja: São Caetano é uma cidade elitista, de custo do metro quadrado caríssimo para quem pretende morar em seu território e sempre contou com políticas públicas excluidores dos pobres e miseráveis porque voltadas ao encarecimento de tributos municipais.  

SÃO CAETANO – Diadema está sempre com um discurso socialista no bolso, mas esquece que tenho parcelas de pobres e miseráveis sim. É verdade que é a menor parcela em relação aos demais municípios da região, mas não houve nada deliberadamente programado para que a gente contasse com uma população cuja média per capita de potencial de consumo fosse maior. É da natureza econômica e social de São Caetano ser melhor que a vizinhança gataborralheiresca.  

SANTO ANDRÉ – Mal sabia que teria de ouvir o que estou ouvindo agora quando permiti lá na metade do século passado que São Caetano saísse de minhas entranhas e virasse uma cidade. 

SÃO CAETANO – Calma lá, Santo André. Você não permitiu porcaria nenhuma. Nós é que nos rebelamos e criamos nossa própria identidade com o refinamento social que você tinha e foi perdendo ao longo da estrada de uma demografia sempre crescente.  

CIDADE DE SÃO PAULO – Cada vez mais tenho certeza de que o emancipacionismo só atrapalhou os sete anões, que, sem divisões, poderia ser um gigante. Um quarto do meu tamanho é gigantismo garantido, porque sou um ponto fora da curva, como todos sabem.   

ESTADO DE SÃO PAULO – Você tem toda razão, Cidade de São Paulo. 

RIO GRANDE DA SERRA – Se todos fossemos um único Município seria mesmo ótimo, porque deixaria de ser pequenininha. Nem existiria, na verdade. Pelo bem de todos e felicidade geral do Grande ABC, iria para o sacrifício. Afinal, é melhor integrar um só organismo do que ficar lá num cantinho, esquecido, dependendo sempre de terceiros. Não vou sugerir uma eutanásia para colaborar com a reunificação do Grande ABC porque tenho certeza de que meus irmãos não vão cumprir o compromisso de abandonarem suas identidades fracionadas.   

RIBEIRÃO PIRES – Eu que sou em matéria de população três vezes maior que você, Rio Grande da Serra, também toparia essa parada de unificação. Mas o mal já está feito e agora duvido que se altere alguma coisa mesmo. A saída é a união de esforços.  

DIADEMA – Não abrirei jamais mão de minha identidade. Sou o que sou e não quero me misturar com os demais. Viva a emancipação. 

SÃO BERNARDO – Já tenho tantos problemas por causa da desindustrialização que me pegou de calças curtas que seria um presente de grego receber Diadema de volta. Que fique longe, embora perto. 

SANTO ANDRÉ – Perdi muitos territórios e riquezas, mas também escapei de complicações que hoje seriam irreversíveis. Já tenho problemas demais. Acho que os emancipacionistas acertaram em cheio. Mas, se tivesse de fazer uma escolha de engorda territorial, só queria São Caetano de volta. Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra que se virem. Quem não quer uma General Motors mesmo envaziada para chamar de sua? 

SÃO CAETANO – Pode tirar o cavalinho da chuva, Santo André. Não vamos aviltar a memória de nossos libertadores. O que está feito jamais será desfeito. Fique aí com seus mais de 700 mil habitantes que fico aqui com meus 160 mil.  

GRANDE ABC – Está vendo, Estado de São Paulo? Vire e mexe, é só descuidar, e lá vem o municipalismo impregnado de revanchismo, quando não de hostilidades, a atrapalhar nossa agenda desse encontro. É praticamente impossível buscar alguma coisa que tenha como resultado a soma das partes em que estamos divididos. Entendeu por que somos um bicho de sete cabeças?  

ESTADO DE SÃO PAULO – Sem dúvida, Grande ABC. 

GRANDE ABC – Como você pode perceber, somos frutos hoje de algumas pragas.  

DIADEMA – Olha lá o que você vai dizer, Grande ABC. Olhando para mim desse modo, começo a me incomodar. 

SÃO BERNARDO – E a mim também. 

SANTO ANDRÉ – Prefiro esperar para ver do que se trata. 

GRANDE ABC -- Primeiro, a praga do sindicalismo divisionista como todo sindicalismo é.  

SÃO BERNARDO – Praga do sindicalismo? 

GRANDE ABC – Calma, calma que vou explicar. Nem tudo que parece é. 

DIADEMA – Prossiga, Grande ABC. 

GRANDE ABC – Segunda praga, a inapetência de representantes do capitalismo, que jamais se uniram para disputar espaço e buscar soluções consorciadas com os sindicalistas.  

SANTO ANDRÉ – Sou obrigado a concordar. 

GRANDE ABC – Terceira praga, um municipalismo autárquico burro tanto na forma quanto no conteúdo.  

CIDADE DE SÃO PAULO – Aplausos para o Grande ABC. Meus pêsames aos anões. 

GRANDE ABC – Quarta praga, e mais importante de tudo, porque paralisante, o guarda-chuva do Complexo de Gata Borralheira. Essa deformidade psico-comportamental de olhar para a Cidade de São Paulo e se achar inferior em qualquer tipo de condição. Temos, portanto, quatro pragas a nos enfraquecer. Pragas principais, mas outras também aparecem. Trataremos disso mais tarde.  

ESTADO DE SÃO PAULO – Agora começo a entender por que estou sempre sendo chamado para apagar incêndio dos sete anões, com perdão da expressão. As demandas não param. Sempre dei um jeitinho de engabelar vocês, com promessas que jamais cumpro, ou cumpro aqui e acolá mas nada de forma estrutural. Exemplo? Há quanto tempos vocês querem metrô? Metrô não dou, ou deixo sempre para depois, mas prometo e agora pretendo cumprir e dar de presente um BRT, transporte sobre trilho. Um metrô dos pobres. O bom é que vocês aceitam tudo, dão manchetes de agradecimento. Gataborralheirismo é isso. 

GRANDE ABC – Perfeito, Estado, perfeito. Mas você introduziu nesse encontro um assunto que pretendia deixar para mais tarde. Já que meteu as relações entre os sete anos nesse encontro, vamos em frente. Só me deixe respirar um pouco, tomar um copo de água e tocar em frente porque agora a coisa vai esquentar. Você, Estado, vai ter de se virar.  

CIDADE DE SÃO PAULO – Pelo andar da carruagem de lamentações e autocríticas, somente eu escaparei de qualquer sequela. Também, quem não quer ser a Cinderela desta mesa?  

Leia mais matérias desta seção: