Administração Pública

PAULINHO PERDE PARA
MORANDO E AURICCHIO

  DANIEL LIMA - 28/08/2025

Depois de oito anos de dois mandatos coincidentes no tempo, já é possível mensurar e confirmartecnicamente o desempenho dos três prefeitos que não puderam concorrer em outubro do ano passado nas cidades mais importantes da região. No Campeonato Brasileiro de Competitividade dos Municípios, São Caetano de José Auricchio e São Bernardo de Orlando Morando superaram facilmente Paulinho  Serra em Santo André.

Quando a disputa é recortada e se fixa na dimensão de Desenvolvimento Econômico, os resultados dos três então prefeitos não foram os melhores. Principalmente de Paulinho Serra. Mas, mesmo assim,  São Caetano e São Bernardo superaram com maior grau de resiliência a queda regional na competição.

Como fazemos a cada nova temporada, vamos analisar detalhadamente o Ranking de Competitividade dos Municípios Brasileiros criado e gerenciado pelo Centro de Liderança Pública (CLP). Trata-se de um conjunto de dados que aborda 65 indicadores de três divisões complementares – Sociedade, Gestão Pública e Desenvolvimento Econômico.

VERSO E REVERSO

Vamos tratar hoje de Desenvolvimento Econômico, seguramente o calcanhar de Aquiles do Desenvolvimento Social do Grande ABC. Os resultados são inquietantes, como já o eram nas temporadas anteriores. Tanto é verdade que os números estão de acordo com a estrutura editorial de CapitalSocial desde a primeira vez que a publicação, em formato revista e com a marca de LivreMercado, começou a circular em março de 1990.

Se na classificação geral, que abarca as três dimensões, São Caetano (oitava colocada) e São Bernardo (13) salvam a lavoura regional, na disputa de Desenvolvimento Econômico a situação é bastante preocupante. Menos no caso de São Caetano, um endereço especial na competição restrita a 418 municípios que contam com mais de 80 mil habitantes.

Na classificação geral da competição, além do oitavo lugar de São Caetano e o décimo-terceiro de São Bernardo, seguem Santo André na posição 103, atrás de Ribeirão Pires que está na posição 102. Diadema ocupa a posição 187 e Mauá a posição 192. Quando se filtram os dados e se considera a dimensão de Competitividade Econômica, São Caetano cai para a posição 20, São Bernardo para a posição 66, Santo André despenca para a 194ª colocação, Diadema para a 221, Mauá para a colocação 182 e Ribeirão Pires para a 231. Como se observa, sem entrar para valer na disputa por recuperação econômica após os reveses das últimas décadas de desindustrialização, o Grande ABC vai continuar descendo a ladeira do empobrecimento social.

QUATRO MACROINDICADORES

No Campeonato Brasileiro de Desenvolvimento Econômico do Centro de Liderança Pública, São Caetano obtém os melhores resultados da região. São quatro macroindicadores e 19 indicadores mensuráveis.

Em Capital Humano, São Caetano é a 17ª colocada nacional. São Bernardo está na posição 113 e Santo André na posição 170. Diadema ocupa a posição 305 entre os 418 competidores, Mauá é a 264ª colocada e Ribeirão Pires está na posição 334. Essa divisão reúne três indicadores: Qualificação dos Trabalhadores em Emprego Formal, Taxa Bruta de Matrícula no Ensino Superior e Taxa Bruta de Matrícula no Ensino Técnico e Profissionalizante.

Em Inovação e Dinamismo Econômico, São Caetano é a 45ª colocada, São Bernardo a 23ª, Santo André a 116ª, Diadema a 82ª, Mauá a 92ª e Ribeirão Pires a 254ª. Os indicadores analisados são: Complexidade Econômica, Crédito Per Capita, Crescimento da Renda Média dos Trabalhadores, Crescimento do PIB Per Capita, Empregos do Setor Criativo, PIB Per Capita, Recursos para Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Renda Média do Trabalhador Formal.

Em Inserção Econômica, São Caetano é a terceira colocada no ranking nacional, São Bernardo ocupa a 90ª colocação, Santo André a 93ª, Diadema a 158ª, Mauá a 86ª e Ribeirão Pires a posição 145.Os indicadores são: Crescimento dos Empregos Formais, Formalidade do Mercado de Trabalho e População Vulnerável.

Completando o Brasileiro de Competitividade Econômica, na área de Telecomunicações, o Grande ABC registra os maiores fracassos: São Caetano é a 398ª colocada, São Bernardo a 401ª, Santo André a 404ª, Diadema a 394ª, Mauá a 381ª e Ribeirão Pires ocupa a posição 107. Os indicadores analisados: Acessos de Banda Larga, Acessos de Banda Larga de Alta Velocidade, Acessos de Telefonia Móvel e Acessos de Telefonia Móvel-4G. 

TRÊS DIMENSÕES  

A primeira dimensão do Ranking de Competitividade dos Municípios analisa as instituições de cada Município, centralizando atenção nos pilares de sustentabilidade fiscal e funcionamento da máquina pública.  A segunda dimensão observa vetores sociais e o atendimento à sociedade, compondo os pilares de saúde, educação, segurança, saneamento e meio ambiente.  O terceiro pilar revela a Dimensão Econômica, incluindo os pilares de inserção econômica, inovação e dinamismo, capital humano e telecomunicações.   

De acordo com a organização, o levantamento tem o objetivo de alcançar um entendimento "mais profundo e abrangente" dos maiores municípios do país. A ideia é incentivar a competição entre os municípios e servir como uma ferramenta de cobrança do poder público. Para isso, o levantamento ainda considera 65 indicadores oficiais, organizados em 13 pilares temáticos. Veja como é feita a divisão e a participação de cada um dos pilares no ranking geral:

1. Inovação e Dinamismo Econômico (16,1%).

2. Telecomunicações (8,5%).

3. Capital Humano (7,6%).

4.  Inserção Econômica (5,9%).

5. Saneamento (7,6%).

6. Qualidade da Saúde (6,4%).

7. Acesso à Educação (6,4%).

8.  Segurança (5,9%).

9.  Meio Ambiente (5,9%).

10.  Acesso à Saúde (5,1%).

11. Qualidade da Educação (5,1%).

12. Sustentabilidade Fiscal (10,2%).

13. Funcionamento da Máquina Pública (9,3%). 

 

RESULTADOS  GERAIS 

A região Sudeste apresenta o maior nível de competitividade no país, com pelo menos nove municípios entre os 15 mais competitivos do Brasil. O Sul vem logo em seguida com seis posições no ranking — incluindo o primeiro lugar, que ficou com Florianópolis, em Santa Catarina. Em segundo lugar veio Vitória, capital do Espírito Santo, seguida por São Paulo

De acordo com a organização, o levantamento tem o objetivo de alcançar um entendimento "mais profundo e abrangente" dos maiores municípios do País. A ideia é incentivar a competição entre os municípios e servir como uma ferramenta de cobrança do Poder Público.

Florianópolis ocupa o primeiro lugar no ranking geral. Está em primeiro lugar no pilar de Inovação dinamismo e em terceiro no de Capital Humano, mas ficou apenas em 103ª posição no tema "Funcionalismo da Máquina Pública". A melhor posição da capital catarinense foi no pilar de Inovação e Dinamismo econômico. Nessa categoria, a cidade subiu uma posição e ficou em 1º lugar. Veja a posição do município em cada um dos temas avaliados:

Sustentabilidade fiscal: 72º

Funcionamento da máquina pública: 103º

Acesso à saúde: 218º

Qualidade da saúde: 11º

Acesso à educação: 149º

Qualidade da educação: 243º

Segurança: 47º

Saneamento: 145º

Meio ambiente: 138º

Inserção econômica: 14º

Inovação e dinamismo econômico: 1º

Capital humano: 3º

Telecomunicações: 171º

 

Já na Capital Paulista, a melhor pontuação foi a de Sustentabilidade Fiscal — a cidade também subiu uma posição e ocupou o primeiro lugar na categoria.

Sustentabilidade fiscal: 1º

Funcionamento da máquina pública: 39º

Acesso à saúde: 188º

Qualidade da saúde: 96º

Acesso à educação: 57º

Qualidade da educação: 190º

Segurança: 200º

Saneamento: 38º

Meio ambiente: 233º

Inserção econômica: 136º

Inovação e dinamismo econômico: 2º

Capital humano: 31º

Telecomunicações: 334º 

 

RESULTADOS ESTADUAIS

São Paulo é o Estado mais competitivo do Brasil pelo 14º ano seguido, segundo Ranking de Competitividade dos Estados 2025.. Em relação ao Brasil, São Paulo se destacou em Educação e Infraestrutura, ficando na primeira posição em ambos, seguido por Eficiência da Máquina Pública (segunda posição), Sustentabilidade Ambiental e Social e Inovação (terceiro lugar nos três pilares).

Em relação aos demais Estados da região Sudeste,  São Paulo ficou em primeiro lugar em todos os pilares, com exceção de Solidez Fiscal e Segurança, nos quais ficou na segunda posição. No pilar Educação, ganham destaque os indicadores Enem, Taxa de Atendimento do Ensino Infantil, Índice de Oportunidade da Educação e Avaliação da Educação.

Já em Infraestrutura, o Estado fica na primeira posição em Acessibilidade do Serviço de Telecomunicações, Custo dos Combustíveis, Disponibilidade de Voos Diretos, Acesso à Energia Elétrica e Qualidade das Rodovias.

Os Estados que ficaram nos cinco primeiros lugares no ano passado se mantiveram neste ano, na seguinte ordem: São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Distrito Federal e Rio Grande do Sul. Além disso, o top 10 engloba todos os estados do Sudeste, Sul e Centro-Oeste, com exceção do Rio de Janeiro.

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