PAULINHO SERRA TOPARIA
ESCREVER LIVRO-DEBATE?

Já que desistiu temporariamente de escrever um livro de autoelogios neste primeiro semestre, que tal o prefeito Paulinho Serra aceitar uma sugestão deste jornalista que tão bem o conhece e escrevermos a quatro mãos um livro-debate? Vou repassar em seguia algumas normas, por assim dizer, que marcaria esse encontro escrito.
Não conheço e ninguém me apresentou -- e estaria pronto para abdicar de qualquer ação -- quem possa debater com Paulinho Serra com mais apetrechamento técnico do que eu mesmo. Afinal, acompanhei atentamente os oito anos de dois mandatos do tucano.
Só para que o leitor tenha ideia do quanto sou especializado em Paulinho Serra, há nos arquivos desta revista digital nada menos que 566 análises em que pontua a expressão “prefeito Paulinho Serra”. Ou seja: de forma direta ou complementar, temos quase 600 matérias que tratam de Paulinho Serra na condição de prefeito de Santo André. Quando se coloca “Paulinho Serra”, apenas, são quase mil textos.
FUGA MAIS QUE LÓGICA
Sou lamentavelmente o único representante da mídia regional com independência comprovada de que o livro-debate não teria cromossomos das entrevistas encomendadas das quais Paulinho Serra sempre participou porque essa teria sido e foi de fato a condição básica para que se manifestasse.
É exatamente por essas e por outras que duvido que Paulinho Serra aceite a sugestão que pode ser vista também como desafio. Não tenho que esconder meus propósitos. O que me move é o compromisso social com informação de qualidade. E independente. Os conceitos desta publicação não são permeáveis a maleabilidades.
Tenho uma batelada de questionamentos a Paulinho Serra. Acho que até o período proposto dos oito anos de dois mandatos poderia ganhar flexibilidade. Abarcaria algo como o período em que ele foi vereador e secretário do governo petista de Carlos Grana.
PIB VILIPENDIADO
Paulinho Serra está de malas prontas para estudar um pouco sobre Economia em Havard. Tomara que Paulinho Serra aprenda entre outras lições os fundamentos teóricos do que é PIB. Assim poderá entender a loucura que cometeu ao afirmar que Santo André cresceria 10% de um ano para o outro com a simples chegada de um empreendimento de menores proporções que o Ceasa da Capital, na Avenida dos Estados.
Aliás, um investimento prometido há vários anos e que jamais chegou. Se um Ceasinha representaria 10% de avanço do PIB, cinco Ceasinhas poderiam, quem saber, elevar o PIB de Santo André em 50%. Já imaginou quanto cresceria o PIB Nacional com uma cacetada de Ceasas e Ceasinhas? Tudo o que Paulinho Serra falou está documentado.
Por esse exemplo já dá para o leitor intuir que o debate não terá nenhuma conotação de amistoso. É mata-mata para valer. Garanto que Paulinho Serra estaria derrotado ao final do primeiro tempo, ou seja, na metade ou próximo da metade do livro-debate.
São tantas as frustrações causadas por Paulinho Serra como prefeito de Santo André que vou precisar de um tempo adicional nos eventuais preparativos aos questionamentos. Nenhum prefeito da última fornada de prefeitos que prefeitaram no Grande ABC nos últimos oito, ou mesmo nos últimos quatro anos, acrescentou tantas camadas de decepções, triunfalismos, meias-verdades, mentiras-inteiras, lorotas e tudo mais como Paulinho Serra.
PIOR DA TURMA
Aliás, diria que Paulinho Serra foi disparadamente o pior prefeito entre os sete da fornada anterior, e, mais que isso, em termos de Santo André, superou todos os pernas-de-pau posteriores ao craque Celso Daniel.
Por mais que Paulinho Serra fizesse de varejismo, sua especialidade espetaculosa, cometeu o crime público de propagandear fantasias que arrefecem o que chamaria de providencialíssimo: um estado de inconformismo coletivo que resultaria em transformações.
Tenho uma correnteza de fundamentos técnicos e estatísticos para transformar tudo que o leitor leu logo acima em prova viva do quanto Paulinho Serra e sua turma de mandachuvas e mandachuvinhas atrasaram a vida de Santo André.
Uma façanha e tanto porque Santo André chegou a tamanho bagaço econômico e social que duvidava até então que alguém seria suficientemente incompetente para rebaixar ainda mais o nível.
UM MATA-MATA
Tudo isso que estou escrevendo, repito, não é novidade alguma aos leitores mais assíduos desta publicação digital que completa 35 anos de circulação física e virtual na região. E o faço, ou seja, saio de imediato mostrando a caixa de ferramentas de análises já consumadas, porque não quero que Paulinho Serra acredite que teria questionamentos típicos de seus parceiros.
Dizer que o convite seria para um livre-debate de boa-vizinhança, de diplomacia da acomodação, isso jamais o faria com ele ou quem quer que seja. A sociedade servil e desorganizado, porque é isso que somos, não pode ser ludibriada como foi ao longo dos anos com entrevistas adocicadas, de bola quicando na entrada da pequena área para perna-de-pau fazer gol de placa.
Lamento muito que o prefeito Paulinho Serra tenha decidido ganhar tempo para escrever o livro prometido de autolouvação. Queria ter a oportunidade de acompanhar cada parágrafo impresso. A bem da verdade, provavelmente desistiria após os primeiros capítulos. É enfadonha a ladainha de um prefeito que continua a ser prefeito porque não larga do cangote do prefeito eleito, Gilvan Júnior.
Tenham certeza os leitores que escrevo estas linhas com dor no coração, mas é preciso que sejam escritas porque ao menos quem tem um mínimo de inteligência e responsabilidade social em Santo André contará com a comprovação de que não estão tendo um pesadelo quando ouvem e leem que Paulinho Serra arrebentou a boca do balão.
DERROTAS SEGUIDAS
A maioria dos indicadores sociais e econômicos mensuráveis por instituições sérias que produzem rankings tanto estaduais quanto nacionais colocam Santo André em situações lamentáveis. Não sobra praticamente nada que represente o tamanho econômico da cidade.
Aliás, nem mesmo o tamanho econômico da cidade se salva, porque só nos primeiros cinco anos de dois mandatos, como já cansei de escrever, Santo André perdeu 39 posições no Ranking de PIB Per Capita do Estado de São Paulo. Passou a flertar com a posição 200 entre os mais de 600 municípios. São Bernardo e São Caetano estão muito melhores.
Faltam três anos para fechar o cerco daquele ranking, mas o resultado final da invernada de Paulinho Serra é mais que previsível. Dificilmente escapará de mais rebaixamentos.
Resumo dessa preliminar? O livro-debate que espero pela participação de Paulinho Serra seria devastador e só comprovaria, entre outras barbaridades de viver na região, o quanto chegou o alheamento da população no sentido crítico de ser ao não só consagrar nas urnas um prefeito de baixíssima qualidade técnica como também o sucessor , um moço ainda menos qualificado, embora aparentemente mais modesto diante dos próprios limites funcionais.
EIXO DO LIVRO-DEBATE
Para complementar, coloco algumas das condições iniciais e essenciais para que o livro-debate seja uma ferramenta de cidadania responsável:
1. Haveria espaço físico pré-determinado, em forma de caracteres, para perguntas, respostas, réplicas e tréplicas.
2. As questões não poderiam deixar de ser respondidas nem poderiam ser vulneráveis a enxertos que fujam da abordagem específica.
3. Haverá uma definição à produção e encaminhamento de cada questionamento e as respectivas participações do entrevistador e do entrevistado. Somente após o encerramento da temática analisada haveria novo questionamento e respectivas dinâmicas complementares.
4. Paulinho Serra terá tempo suficiente entre uma pergunta e outro para consultar quem quer que seja. Já este jornalista não solicitará auxilio de ninguém, porque se vira por conta própria.
5. Cada pergunta só será revelada na medida em que pergunta anterior tenha sido respondida. Esse processo não criará embaraço algum ao entrevistado, porque haverá tempo suficiente para Paulinho Serra preparar a resposta, a réplica e a tréplica, se necessário.
6. Os questionamentos se darão levando-se em conta todo o conjunto da Administração de Paulinho Serra, inclusive a participação dele no comando formal e consorciado do Clube dos Prefeitos.
Este jornalista se compromete a questionar o prefeito exclusivamente sobre questões que não tenham qualquer conotação especulativa fora do âmbito de gestão administrativa. Ou seja: não investirá em qualquer questão que fuja da bitola legal, respeitosa e comprovadamente pertinente.
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