Imprensa

Capas: sobe para 1.518 páginas
novo resgate histórico de LM

  DANIEL LIMA - 16/08/2021

Chegamos à terceira etapa de uma série que vai se estender por muitas jornadas ainda. É o resgate do melhor jornalismo regional do País – os quase 20 anos da revista de papel LivreMercado, antecessora de CapitalSocial. Estamos recuperando o período fisicamente revista de uma publicação que antes, em formato tabloide, entre março de 1990 a outubro de 1996, manteve-se como consulta que ultrapassa o tempo. O mote “leitura o mês inteiro”, o primeiro que lançamos como criador da publicação, foi muito além disso.  

Tanto que o Projeto Reportagem de Capa ora em exposição é fruto disso. Agora se somam 15 edições de Reportagem de Capa. O período desta jornada vai de setembro de 1997 a janeiro de 1998. Com isso, chegamos a 1.518 páginas. E nada menos de 161 páginas de Reportagem de Capa.   

 

Apertar parafuso já era 

 MALU MARCOCCIA  

Reportagem de capa – 10 páginas 

Edição de novembro de 1997 – 116 páginas   

Prevista para 1998, a reforma do ensino profissionalizante e também do Segundo Grau regular encontrará o Grande ABC mergulhado numa frenética busca por qualificação da mão-de-obra. Não só empresas, mas também a Câmara Regional elegeu a capacitação dos trabalhadores questão de fundo para o Grande ABC. A região dá mão à palmatória e reconhece que foi à nocaute na briga com outras localidades e países em se tratando de boa formação dos quadros. O que está em teste não é só o aparato tecnológico, que pode e está sendo adquirido, mas a qualidade de quem opera esse arsenal cada vez mais avançado. Não é à toa, pois, que vários acontecimentos, no mês passado, trouxeram o tema para a ordem do dia. Em São Bernardo, a Mercedes-Benz virou o jogo e foi às escolas mostrar o que as empresas esperam e precisam dos futuros trabalhadores. Através de palestras em endereços como Colégio Pentágono e FEI (Faculdade de Engenharia Industrial), abriu uma picada inusitada nesse terreno irregular da educação brasileira, que soma baixa escolaridade com currículos inadequados de ensino. A Mercedes tem planos até de abrigar uma Faculdade de Tecnologia em suas instalações, em 1998. Já a Kolynos, também de São Bernardo, fez seu batismo no quesito profissionalização ao fechar a primeira turma de mecatrônica com a ETE Lauro Gomes. Em Mauá, o inquieto Abraham Kasinski, que ergueu o império Cofap, deu o pontapé inicial em mais uma grande aposta empresarial: a construção da Universidade do Trabalhador. A finalidade é formar exclusivamente tecnólogos para um Grande ABC que ele chama de Tecnópolis, prognosticando sua transformação em polo concentrador e difusor de altas tecnologias a partir da base industrial consolidada. A ideia inusitada de Kasinski começa pela carga horária, distribuída em turnos de funcionamento sincronizados com os das fábricas. Em Santo André, a Rhodia também mostrou onde está um dos gargalos da deficiência da competitividade brasileira e inaugurou um centro de aprimoramento profissional com 215 metros quadrados, dotado de salas de aula, biblioteca e videoteca. É o Espaço de Aprendizagem e Empregabilidade, que terá cursos de formação e reciclagem e cujo projeto-piloto será reeditado em mais de uma dezena de unidades Rhodia no Brasil.  

 

Marketing cultural 

é bom negócio  

 MALU MARCOCCIA   

Reportagem de capa – 10 páginas 

Edição de outubro de 1997 – 132 páginas  

Quem não associa determinada marca de cigarro ao maior festival de jazz do País? Há 12 anos a Souza Cruz descobriu o mapa de uma mina cujo ouro começa a ser procurado por número cada vez maior de empresas: o marketing cultural, investimento de excelente retorno mercadológico, publicitário e institucional. Esse crescimento, porém, não é fruto apenas da mudança de comportamento das empresas. Também é devido ao fato de o fomento à cultura através da iniciativa privada ter sido especialmente incentivado nos últimos dois anos com a regulamentação de duas leis federais – Rouanet e Audiovisual – que concedem benefícios fiscais aos patrocinadores. Seguindo essa tendência, Municípios como Santo André, São Bernardo e São Caetano já estudam mecanismos de redução de impostos para atrair investimentos locais para projetos culturais, estimulando principalmente pequenos e médios empresários que, mesmo sem usufruir dos benefícios da legislação, iniciam mobilização em prol da cultura numa região que já revelou estrelas como os atores Sônia Braga, Lucélia Santos e Antonio Petrin, os cantores Edson Cordeiro e Chitãozinho e Xororó, a apresentadora Angélica, o estilista Ocimar Versolato e os artistas plásticos Paulo Chaves e Luiz Sacilotto. Exemplo bem-sucedido de marketing cultural é a série Concertos do Grande ABC. Em seu terceiro ano consecutivo de sucesso de público, com média de 300 pessoas por apresentação, o evento não tem apenas o mérito de fertilizar a cultura da região como poucas vezes se viu antes, através de apresentações refinadas de concertos e recitais. Por trás do brilho dos palcos há mobilização empresarial inédita, pois se trata do primeiro projeto cultural da região incentivado pela Lei Rouanet. Esse apoio mostra que é possível popularizar os bens culturais, geralmente restritos às elites, e que marketing cultural é mesmo uma tremenda pedida — constatação endossada por empresas de todos os portes, entre as quais Diário do Grande ABC, De Nadai Restaurante Industrial, Hanpa Bureau, Uniodonto ABC e Choperia Liverpool. É grande o retorno institucional obtido ao associar o nome de uma empresa à cultura. Fato já comprovado pela iniciativa do Diário do Grande ABC, que ganhou valioso reforço de imagem ao promover o evento cultural mais importante da região nos últimos anos, a série Concertos, capaz de reunir numa única noite 488 pessoas — o Teatro Municipal tem 475 poltronas — durante apresentação do pianista Arnaldo Cohen. “O objetivo era justamente fazer evento que pudesse contribuir para mudar a imagem da região, associando o Grande ABC a espetáculos de gabarito que só se encontravam nas principais Capitais do País ou no Exterior. A soma desses atributos é importante para o Diário, cuja missão corporativa é desenvolver e melhorar a qualidade de vida da região” — explica o diretor de redação, Alexandre Polesi. A repercussão da iniciativa já é notada no eixo cultural Rio-São Paulo ligado à música e mesmo pelo engajamento do pianista Arnaldo Cohen, que se tornou espécie de garoto-propaganda da imagem da região como polo de música erudita.  

 

Coop arrebata o 

Melhor das Melhores 

 DANIEL LIMA  

Reportagem de capa – 23 páginas  

Edição de novembro de 1997 

O Teatro Municipal de Santo André viveu um dos maiores momentos de sua história no último dia 21 de outubro, na festa de entrega da quarta edição do Prêmio Desempenho Empresarial. Durante as duas horas e 15 minutos do cerimonial, aberto com show de danças e encerrado com comovido discurso de Antonio José Monte, presidente da Coop, a tradicional Cooperhodia, Melhor das Melhores da premiação, o Teatro Municipal transformou-se num turbilhão de espetáculo cultural, emoções, culto aos recursos humanos e de consolidação institucional de compromisso regional. O coquetel que se seguiu à programação do palco, realizado no saguão, estendeu-se até às duas primeiras horas do dia seguinte. Um total de 620 convidados participou do evento, muitos dos quais acompanharam o espetáculo através de monitores de TV instalados no saguão do teatro. Os 135 minutos do cerimonial do Prêmio Desempenho Empresarial foram uma sucessão de acontecimentos dinâmicos. Os promotores esforçaram-se para tornar a aparentemente longa programação em algo tão veloz quanto interessante. E a julgar pelo entusiasmo dos convidados, acertou-se na mosca. A presença de grande número de autoridades, entre as quais os prefeitos Celso Daniel (Santo André), Oswaldo Dias (Mauá) e Maria Inês Soares (Ribeirão Pires), de secretários municipais, vereadores, presidentes de Associações Comerciais e Industriais e de diretores-titulares dos Ciesps (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), consolidou o prestígio da premiação. Mas se chegou ao requinte de representatividade empresarial com a presença de Carlos Eduardo Moreira Ferreira, presidente da Fiesp, Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, e dois candidatos à sua sucessão, os empresários Horácio Lafer Piva e Joseph Couri. As emoções no palco começaram com a apresentação de oito dançarinos do Instituto de Arte Coreográfica de Santo André, dirigidos pelos professores Geiza Ruiz, Sebastião Cabrera e Regina Burin. Eles apresentaram repertório coreográfico-musical com a marca de Jaime Arôxa, respeitado artista global. Um pot-pourri de forró, bolero, rumba, tchá-tchá-tchá, samba, gafieira, chorinho e salsa compôs harmonioso espetáculo de 15 minutos, anunciado pelo mestre de cerimônia Welington de Oliveira, um dos mais requisitados profissionais da área no País. Ao musical sucedeu-se rápido discurso do prefeito Celso Daniel, autoridade anfitriã da festa. Ele falou também em nome do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, do qual é presidente, e como membro do Conselho Deliberativo da Câmara Regional do Grande ABC. Celso Daniel adiou em algumas horas a viagem que realizou no dia seguinte a Quito, no Equador, onde participou de encontro da Organização das Nações Unidas. Ele mesmo explicou a mudança da programação de viagem motivado pela importância do Prêmio Desempenho Empresarial. O prefeito lembrou o significado da premiação também por fugir de abordagem exclusivamente econômica, abrindo espaços para entidades governamentais e não-governamentais, além de contemplar executivos públicos e privados. O prefeito de Santo André aproveitou para fazer exortação à elasticidade do conceito de empreendedor, que, afirmou, não está mais restrito à livre-iniciativa, mas também atinge o Poder Público mais preocupado em atender a comunidade.  Uma surpresa estava reservada ao público logo depois do discurso de Celso Daniel. Foram chamados ao palco os integrantes dos corais do Clube Atlético Pirelli e da Tintas Coral, de Santo André, comandados pelos regentes Márcia Hentschel e Eduardo Fernandes. Embora tivessem tido pouco tempo para ensaiar, os corais encantaram o público com a apresentação da música-tema da campanha Meu Grande ABC, do Diário do Grande ABC, de autoria de Renato Teixeira.   

 

Fórum da Cidadania  

é o maior fato do ano 

 DANIEL LIMA  

Reportagem de capa – 14 páginas  

Edição de dezembro de 1997 – 116 páginas  

A consolidação do Fórum da Cidadania do Grande ABC é o fato mais positivo da região neste ano que termina. E o mais negativo é a falta de ações para efetiva recuperação do sistema viário da região, sobretudo os acessos pela Avenida dos Estados e Via Anchieta. A escolha dos acontecimentos mais positivos e negativos da temporada, entre 10 de cada relação, coube aos 18 membros do Conselho Consultivo de LivreMercado. Os mesmos profissionais das mais diferentes atividades econômicas, que escolhem anualmente os Melhores do Ano, os Executivos do Ano e a Melhor das Melhores do Prêmio Desempenho Empresarial. A exemplo de como se comportam no Prêmio, os consultores de LivreMercado não mantiveram qualquer troca de informações sobre a pesquisa. Eles realizaram a avaliação em seus respectivos endereços comerciais e residenciais. Cada consultor recebeu cópia da pesquisa, na qual se reiterava o aspecto sigiloso do trabalho e estipulava as regras de graduação. Cada consultor escolheu os três fatos mais positivos e os três mais negativos da temporada. O primeiro da lista recebeu 10 pontos, o segundo sete pontos e o terceiro, cinco pontos. Dos 180 pontos possíveis, a consagração do Fórum da Cidadania alcançou 76, ou seja, 42,2% do total. Uma superioridade residual sobre o segundo fato mais significativo, a instalação da Câmara Regional do Grande ABC, que atingiu 74 pontos, ou seja, 41% do total. A disputa pelo título de acontecimento mais relevante do ano também envolveu o lançamento da campanha em favor de crianças e adolescentes, liderada pelo prefeito Maurício Soares, de São Bernardo, que alcançou 71 pontos, com 39,4% das indicações. Dos 18 consultores envolvidos na pesquisa, cinco apontaram o Fórum da Cidadania como o fato mais positivo, outros cinco optaram pela criação da Câmara Regional e três preferiram a campanha do Imposto de Renda em prol de crianças e adolescentes. Os demais consultores tiveram opiniões esparsas: três elegeram a reativação do Consórcio Intermunicipal de Prefeitos, um priorizou a criação de Secretarias de Desenvolvimento Econômico em cinco das Prefeituras da região e um focou como mais importante fato do ano os novos investimentos comerciais na região, com o boom dos shoppings. O item da pesquisa que mais recebeu pontuação como fato positivo depois do Fórum, da Câmara e da campanha Criança Prioridade 1 foi a criação de Secretarias de Desenvolvimento Econômico, com 53 pontos. Com 49 pontos, o quinto acontecimento mais relevante apontado pelos consultores foi a reconstituição e revitalização do Consórcio Intermunicipal de Prefeitos. Com 39 pontos, o sexto lugar foi garantido por novos investimentos comerciais na região. A política seletiva de impostos para incremento de variadas atividades e atração de investimentos alcançou 34 pontos e se classificou em sétimo lugar entre os temas mais significativos. Os outros três assuntos listados — convênio entre Estado, Prefeitura de São Bernardo e iniciativa privada para reativação da Vera Cruz, privatização do sistema de transporte coletivo em Santo André e São Bernardo e constituição do Fórum Permanente de Vereadores — não receberam votos. Entre os fatos desabonadores da temporada — também expressos numa lista de 10 pontos –, a falta de ações para recuperar o sistema viário da região, sobretudo os acessos pela Avenida dos Estados e Via Anchieta, recebeu maciça adesão dos consultores de LivreMercado. Do total máximo de 180 pontos, foram alcançados 89, o que representa índice de 49,4%. Seis dos consultores apontaram a saturada malha viária como o mais problemático desafio da região. 

 

Porque ninguém é de ferro  

 MALU MARCOCCIA E LOURDES RIVERA 

Reportagem de capa – Nove páginas  

Edição de janeiro de 1998 -- 100 páginas   

Em meados de outubro último, na Associação dos Funcionários Públicos de São Bernardo, a Banda Fama animou encontro que há pelo menos quatro anos não se ouvia mais falar. Foi o baile da ADC Basf, que como nos velhos tempos reuniu funcionários das unidades do Grupo Basf do Grande ABC e de Guaratinguetá. A retomada desse tipo de confraternização, que atraiu cerca de 300 colaboradores e familiares, não foi casual. Ações que tentam estimular ambiente de valorização da pessoa e favoreçam o espírito de grupo, que proporcionem momentos de lazer e harmonização ou voltadas ao bem-estar íntimo dos funcionários sempre estiveram presentes na política de RH da Basf. Mas ganham agora contornos mais definidos e intensos diante de nova onda que emerge, devagar, dentro das organizações e já ocupa a agenda de consultores empresariais: a qualidade de vida dos trabalhadores. O assunto saiu da sombra de forma tal, que há três anos surgiu a ABQV, Associação Brasileira de Qualidade de Vida, cujo mote é justamente difundir o conceito sobre estilo de vida e ambientes saudáveis nas empresas. No mês passado, a Divisão Walita da Philips e o Banco Sudameris receberam o Prêmio Nacional de Qualidade de Vida 1997. No ano anterior, quando foi criada, a distinção coube à Dow Química. Pelo menos 30 anos nos separam de países como Japão e Estados Unidos, onde o conceito de qualidade de vida no trabalho está tão avançado que até mesmo escritórios ao ar livre são concebidos por construtoras de vanguarda. Trata-se dos office-parks, ou parques-escritórios que, como o nome diz, são edifícios comerciais cercados de bosques com alamedas e riachos, além de serviços de apoio como lavanderia e canil para bichinhos de estimação dos executivos. O primeiro office-park chegou ao Brasil há apenas três meses pelas mãos da America Properties, empresa do Grupo Rossi. O condomínio empresarial dentro de um parque está sendo erguido na Marginal Pinheiros, ao lado da Ponte do Morumbi, em espaço de 25 mil metros quadrados, cinco mil dos quais são área verde, alamedas e um pequeno lago. O America Business Park, como é chamado, vai oferecer loja de conveniência, área de ginástica, restaurantes, agências bancárias, centro de convenções e salas de videoconferência para uma população estimada em 2,5 mil pessoas, além de 500 visitantes/dia. Terá até serviço de vans para levá-los aos shoppings mais próximos, gratuitamente. Próximo desse conceito existe no Grande ABC o Centro Administrativo da Basf em São Bernardo. 

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