Imprensa

Projeto Entrevista Especial
começa com Eduardo Leite

  DANIEL LIMA - 05/02/2024

A partir desta segunda-feira vamos começar a enviar questionários a agentes públicos e sociais que de alguma forma estarão envolvidos nas eleições municipais desta temporada. O primeiro da lista é o vereador de Santo André, Eduardo Leite, filiado ao PSB, agremiação do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, candidato à Prefeitura.

Eduardo Leite foi eleito pelo PT em 2020, mas deixou o partido com anuência do Diretório Municipal, ou seja, sem correr o risco de perder o mandato.

Uma das primeiras questões formuladas a Eduardo Leite diz respeito às relações com o PT e também à proximidade durante todo o mandato com a Administração do prefeito Paulinho Serra. 

A formulação da pergunta que constará da Entrevista Especial será formalmente elaborada até o fim da tarde de hoje.  Eduardo Leite vai receber amanhã no endereço eletrônico uma batelada de questões.

CLÁUSULA PÉTREA

Uma cláusula pétrea do que virá está sendo exposta agora: não faremos de Entrevista Especial nada, absolutamente nada, que lembre a preparação para gols de placa dos entrevistados. Eles que façam os gols de placa se estiverem habilitados para tanto. Ou o façam em outra freguesia.

Os conceitos aplicados em cada Entrevista Especial não fugirão do roteiro que nos prende ao passado de experiências semelhantes: CapitalSocial não é porta-voz de confraternização ou relações públicas em forma de jornalismo. E também não é um campo de batalha sangrento. Só vamos, mais uma vez, praticar jornalismo.

E jornalismo jamais deveria ser adjetivado para o bem ou para o mal não fossem distorções que a chamada Velha Imprensa proporcionou ao longo de décadas. Tudo até que as redes sociais apareceram com exageros, mas também com muito conteúdo, para dividir o palco da democracia informativa que incomoda tanto alguns autoritários de plantão, travestidos de autoridades.

RIGOR ABSOLUTO

A seguir, vamos repassar aos leitores e aos futuros entrevistados as principais porções desse que será um cardápio de informação qualificada. Antes, porém, não custa lembrar da expectativa, vividíssima, de que teremos muitas ausências. Muitos dos escolhidos não responderão às questões porque sabem de antemão que terão dificuldades em conciliar coerência e credibilidade, quando não coragem e compromisso social.

Muitos supostos democratas só o são de fato quando o conceito de democracia não se submete ao contraditório fértil. E é disso que se trata esse projeto. Não haverá espaço a proselitismos propagandísticos, da mesma fora que não se impedirá, de maneira alguma, a expressão de verdades inconvenientes que outros veículos de comunicação torpedeiam.

Pensei em denominar esse projeto de algo como a repetição do que já realizei no passado. Pensei propriamente em “Entrevista Indesejada”. Preferi abrandar a envelopagem, por assim dizer, sem perder o foco na objetividade jornalística.

Ainda sobre “Entrevista Indesejada”, fui um dos raros desafiados a responder a todas as perguntas. Coloquei os leitores como entrevistadores e potenciais algozes, e não fugi da raia.

NOVOS BIGUCCIS

O campeão em matéria de covardia informativa é o empresário Milton Bigucci, envolvido em seguidos casos de inconformidades éticas à frente do Clube dos Construtores e, numa área ainda mais expandida de comportamento, também da MBigucci. Ele se manteve na torre de argamassa e não respondeu a nenhuma questão. Outros o seguiram.

Mandachuvas detestam liberdade de expressão, mesmo que liberdade de expressão em forma de questionamentos tenha origem num jornalismo cansado de provar que não pode ser confundido com endereços suspeitos ou comprovadamente fazedores de marolas para incrementar biografias na maioria dos casos muito aquém das demandas sociais.  

O parecer anacrônico sobre a atividade jornalística é típico de quem faz uso e abuso da atividade: para Milton Bigucci e tantos outros, bom jornalista é quem concorda com tudo que diz e propaga. Nada diferente da maioria dos políticos, principalmente. Não é à toa, aliás, que a entidade da qual é dirigente há quase quatro décadas não sai dos corredores dos paços municipais.

REGRAS ESSENCIAIS

Agora, para que os leitores entendam o trabalho, e os potenciais entrevistados saibam exatamente o que os aguardam, passamos a alguns pontos essenciais desse projeto.

1. O entrevistado responderá não presencialmente, encaminhando as respostas por e-mail ou mesmo pelo aplicativo de WhatsApp.

2. Cada resposta poderá reunir o limite de até cinco vezes o total de caracteres de cada pergunta. A elasticidade de uso estará a critério de cada entrevistado, mas sem exceder individualmente, ou seja, a cada resposta, o limite apontado. Se o total de questionamentos, a título de exemplo, reunir dois mil caracteres (cada letra é um caracter, acima como cada espaço entre as letras) o total a ser explorado poderá alcançar 10 mil caracteres, desde que distribuídos uniformemente, com limites de uso referenciados no total individual das questões.  

3. As respostas serão rigidamente publicadas, sem qualquer alteração, exceto, e eventualmente, gramaticais.

4. As respostas deverão se limitar às respectivas perguntas, ou seja, sem invadir questões subsequentes ou antecedentes e, também, sem abranger questionamento não abordado. Ou seja: tergiversar não será compreendido como resposta.

5. As respostas não terão qualquer restrição a juízo de valor. O entrevistado é responsável por tudo que disser.

6. Respostas a questões que supostamente teriam a desaprovação do entrevistado, por qualquer motivo que seja, poderão ser desconsideradas. Serão registradas, entretanto, como respostas deliberadamente descartadas pelo entrevistado.

7. O título de cada entrevista e o que no jargão jornalístico se chama “lide”, ou seja, a abertura, ficarão a cargo deste jornalista. A ação se limitará exclusivamente a retratar, sem interpretação, o conteúdo das respostas. Não haverá, portanto, nada que lembre mesmo de longe o que se pratica diariamente na chamada imprensa tradicional, ou seja, a indução a determinada interpretação do conteúdo que vem a seguir.  

8. É possível, diante de eventual dúvida quanto ao título mais apropriado à entrevista, que este jornalista faça contado com o entrevistado para que se busque consenso.

9. As questões enviadas aos potenciais entrevistados serão publicadas no site de CapitalSocial bem como nas listas de transmissão e nos grupos do aplicativo WhatsApp assim que o material for enviado ao agente selecionado.

10. O prazo para o envio das respostas é de 15 dias, a partir do envio dos questionamentos.

11. O conteúdo da Entrevista Especial só poderá ser encaminhado a terceiros e eventualmente utilizado para qualquer finalidade após edição na revista digital CapitalSocial – sempre sem qualquer alteração.

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